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Classificação 3.5.1.17 - Dossier Jaime I de Aragão da Espanha, 1213 - 1257

3.5.1.17 – NUMIS RNC CMO BPI JI – Dossier Jaime I de Aragão da Espanha, 1213 – 1257

Jaime era filho de Pedro II de Aragão, o Católico, e Maria de Montpellier. Esta, por sua vez, era filha de Guilherme VIII de Montpellier, senhor de Montpellier, e Eudóxia Comnena, uma sobrinha-neta do imperador bizantino Manuel II Comneno. A relação dos seus pais fora sempre atribulada, tendo, o Católico, tentado, e fracassado, dissolver o matrimónio para se casar novamente. Os problemas do casamento geraram a seguinte lenda, negada pelo próprio Jaime na sua biografiaLivro dos Feitos (Llibre dels feyts em catalão antigo), a primeira das quatro grandes crónicas reais catalãs:

Pedro II tinha várias amantes e, como não consumava o matrimónio com Maria, não havia um herdeiro para o trono. Para solucionar este problema, a nobreza e o clero de Aragão urdiram um plano que consistia em oferecer uma nova amante ao rei, que era nem mais nem menos que a sua própria esposa. Levaram-na uma noite aos aposentos do monarca para passar a noite, ocultada pela obscuridade. Pedro descobriu o engano pela manhã e saiu furioso do paláciopara nunca mais voltar, mas, como resultado dessa noite, nasceu o herdeiro. Maria de Montpellier tinha, também, acendido doze velas com os nomes dos apóstolos, com a promessa de que a que se apagasse por último daria o nome a seu filho. Essa acabou por ser a de São Tiago, também chamado Jaime.

Quando o seu pai Pedro II de Aragão morreu na batalha de Muret em 1213, Jaime ficou em poder de Simão de Monforte, o líder da cruzada albigense e general inimigo das forças aragonesas. Só depois de um ano de reclamações, e por mandato do papa Inocêncio III, o jovem príncipe foi devolvido aos seus súbditos. Durante a sua minoridade, esteve sob a tutela dos Templários no castelo de Monzón, e o regente de Aragão foi o conde Sancho Raimundes, filho de Raimundo Berengário IV de Barcelona e tio-avô de Jaime.

Aos seis anos, foi jurado rei nas Cortes de Lérida de 1214. Em Setembro de 1218 foram celebradas pela primeira vez em Lérida as Cortes gerais de aragoneses e catalães, nas quais foi declarada a sua maioridade. Com a morte da sua mãe em 1219, herdou o senhorio de Montpellier. Em 1241, por testamento do seu primo Nuno Sanches, herdaria os condados de Rossilhão e Cerdanha e o viscondado de Fenouillèdes na França.

Durante os quinze primeiros anos do seu reinado, Jaime esteve envolvido em diversos conflitos contra a nobreza aragonesa, que chegou inclusivamente a aprisioná-lo em 1224. Em 1227, enfrentou uma nova rebelião nobiliárquica, encabeçada pelo infante Fernando, seu tio. Esta terminou graças à intervenção papal, através do arcebispo de Tortosa, com a assinatura da concórdia de Alcalá em Março de 1227. Este tratado marcou o triunfo da monarquia sobre os nobres revoltosos, dando-lhe a estabilidade necessária para iniciar as campanhas contra os muçulmanos e o próprio apaziguamento das reclamações da nobreza.