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Título
MOEDA - MINAS GERAIS – D. PEDRO I DO BRASIL – 1827 – 37 ½ RÉIS - VINTÉM DE OURO
Descrição
MINAS GERAIS
COBRE
D. Pedro I – 1827
37 ½ RÉIS
VINTÉM DE OURO
C739 AMATO
708 VIEIRA
490.05 BENTES
E.2
Classificação | Found in
3.0 - Repositório Numismático e de Coleções | 3.0 - Repositório Numismático e de Coleções > 3.5 - Seção Coleção de Moedas | 3.0 - Repositório Numismático e de Coleções > 3.5 - Seção Coleção de Moedas > 3.5.3 - Series Brasil Império, 1822 - 1899 | 3.0 - Repositório Numismático e de Coleções > 3.5 - Seção Coleção de Moedas > 3.5.3 - Series Brasil Império, 1822 - 1899 > 3.5.3.1 - Dossier D. Pedro I, 1822 - 1831
Data | Date
1827
Descrição | Description
Muitos sistemas monetários de diversos países necessitaram, em algum momento, criar moedas que incluíam valores fracionários. Assim, é possível se encontrar moedas de 1 1/2 alguma coisa por aí. No Brasil esta prática não foi comum, pois nosso sistema monetário desde o Período Colonial sempre foi muito complexo e com muitas divisões dos valores básicos. Por exemplo, para cada Real correspondem 100 centavos ou 100 x 1/100 do Real, isto com representações nominais de moedas de 5, 10, 25 e 50 centavos. No Período Colonial também o Real era a moeda corrente (nesta época chamava-se o plural de Real como Réis) e o valor base era o "mil réis". Como se pode perceber havia uma grande variedade de moedas. Por exemplo, para valores baixos existiam moedas de cobre de 5, 10, 20, 40 e 80 réis, em prata (para operações de valores um pouco maior) haviam moedas de 80, 160, 320, 640 e 960 réis (esta só foi criada em 1810) e finalmente, para grandes operações, moedas em ouro de 1 a 4 mil réis (final do período Colonial) e de 800, 1600, 3200 e 6400 réis (mais antigas). Com tamanha variedade de moedas e formas de fazer troco, a única problemática para a prática do troco era realmente a disponibilidade das próprias moedas em circulação. No entanto o Brasil detém o título do possuidor da moeda de valor nominal mais estranho do mundo, estou me referindo a moeda de 37 1/2 réis cunhada por alguns anos a partir de 1818.
O VINTÉM DE OURO
A moeda de 37 ½ réis ficou conhecida pelo nome de Vintém de Ouro. Este nome acabou ajudando a aumentar a fama desta moeda, pois seu nome enigmático destoa completamente com as características física e de valor da mesma. Tanto no Período Colonial como no Império diversas moedas recebiam nomes (apelidos) pelos quais identificavam-se seus valores. Este é o caso da moeda de 20 réis, sempre chamada de vintém. Daí causar estranheza chamar-se os 37 ½ réis de vintém, pois que estava mais para dois (02) vinténs (40 réis). Outro aspecto do nome que não correspondia a realidade era o metal, pois estas moedas eram cunhadas em cobre! Daí o Vintém de Ouro, não era nem vintém, nem de ouro!
POR QUÊ SURGIU O VINTÉM DE OURO?
Embora o Sistema Monetário Brasileiro fosse extremamente complexo, sempre perdurou a problemática do troco (muita das vezes pela própria falta do meio circulante). Na Província de Minas Gerais este problema foi agravado no início do século XIX pela grande quantidade de ouro de aluvião que era retirado da região. Era garimpado com bateias o ouro que aflorava à superfície na forma de pequenos grãos e nesta forma eram negociados; era o ouro em pó.
Os faisqueiros, como eram chamados os garimpeiros de ouro em pó, negociavam seus achados utilizando-se da medida de peso corrente, a onça. Para estas operações a oitava parte da onça, a oitava ou drágma, era a medida mais usual. Esta medida corresponde a 3,585 gr..
Uma oitava de ouro correspondia a 1200 réis e para certas quantidades sempre se podia fazer o troco na hora da transação. O problema residia na comercialização de pequenas quantidades. Por exemplo 1/16 da oitava podia ser recebido nas casas de fundição por 80 réis e o faisqueiro devolvia 5 réis de troco, contudo estas moedas deixaram de ser cunhadas em 1799, além de que o Alvará de 8 de abril de 1809 determinando que o carimbo de escudete fosse aplicado nas moedas anteriores a 1799, duplicando-lhes o valor; isto praticamente extinguiu o nominal de 5 réis.
Mas a situação ainda era pior, pois o normal era o faisqueiro negociar seu produto no final do dia e esta quantidade diária era medida em partes de 1/32 da oitava, ou seja 0,112 gr., o que seriam dois vinténs.
Realizando uma revisão desta conta, percebemos que se uma oitava (3,585) correspondia a 1200 réis, uma grama de ouro correspondia exatamente a 334,72 réis. Portanto 1/32 da oitava correspondia a 37 ½ réis (exatamente 37,489 réis), ficando, assim, uma pequena margem a favor do faisqueiro que embolsava cerca de 2,5 réis por operação. Esta perda do Reino, 6,67%, pode não parecer muito, mas multiplicado pelas milhares de operações de venda do ouro, resultava em muitas onças que o governo deixava de arrecadar todos os meses.
A SOLUÇÃO DO PROBLEMA
A Casa da Moeda do Rio de Janeiro estava desativada desde 1734, mas foi reativada exclusivamente para cunhar estas moedas de troco para o ouro de aluvião na Província de Minas Gerais, o Vintém de Ouro.
As primeiras moedas foram batidas em 1818, tanto no Rio de Janeiro como na Casa da Moeda de Minas Gerais. Assim foram cunhadas moedas de 37 ½ réis de 1818 a 1821 e de 1823 a 1828. Completando-se o sucesso deste valor nominal, a Casa da Moeda de Minas Gerais e a de Goiás bateram também a moeda de 75 réis, dois (02) Vinténs de Ouro, também em cobre.
FONTE: BLOG HISTÓRIA E ATUAIDADES
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Assunto | Subject
ID
MNC0211