Coleção de Moedas - D. Afonso V - O Africano
3.5.1.21 – NUMIS RNC CMO BPI DAV
Dossier D. Afonso V de Portugal – O Africano, 1438 – 1481
Décimo terceiro rei de Portugal. Filho de D. Duarte e de D. Leonor de Aragão.
O seu reinado compreendeu três grandes períodos. O primeiro vai da elevação ao trono (1438) à batalha de Alfarrobeira. D. Duarte confiara por testamento a regência à rainha viúva; mulher e castelhana, era impopular no reino, sendo apoiada por D. Afonso, duque de Barcelos e pela nobreza nortenha. D. Pedro, duque de Coimbra, apoiado por seus irmãos e pelas cidades, é eleito regente em Cortes (1439) e mantido no governo quando D. Afonso V atinge a maioridade (1446). Só em 1448 se turvam as relações entre ambos, devido às intrigas do conde de Barcelos; D. Pedro retira-se para Coimbra e é morto em Alfarrobeira (1449).
A segunda fase caracteriza-se pelos feitos militares de D. Afonso V no norte de África, que lhe valem o epíteto de Africano: rei-cavaleiro conquista Alcácer Ceguer (1458), ataca Tanger (1460, 1462, 1464), toma Arzila (1471) e Larache, juntando ao título de «rei de Portugal e dos Algarves» o de «aquém e além-mar em África».
O último período é dominado pela política peninsular: vago o trono de Castela pela morte de Henrique IV, Afonso V defende os direitos de sua sobrinha D. Joana, a Beltraneja, com quem celebra esponsais, contra os reis católicos. A batalha de Toro é-lhe desfavorável; decide passar a França para obter, nos termos do acordo de 8 de setembro de 1475, o apoio de Luís XI, que lho recusa, devido à guerra com o duque de Borgonha. Afonso V falha na mediação que tenta entre ambos; de regresso, pensa ir a Jerusalém e abdica, mas reconsidera. E quando Luís XI assina um tratado de amizade com Fernando e Isabel, Afonso V reconhece-Ihes a realeza castelhana pelo tratado de Alcáçovas (1479).
Durante o reinado de Afonso V abranda a descoberta de África (vai-se do Rio do Ouro ao Cabo de Santa Catarina) e o poderio da nobreza põe em perigo a estabilidade do Estado. Afrouxaram as relações com Borgonha e estabeleceram-se contactos com a Bretanha. Floresceram na sua corte Mateus de Pisano, Fernão Lopes, Azurara, Nuno Gonçalves, cardeal Alpedrinha, Vasco Fernandes de Lucena. Na regência de D. Pedro coligiram-se as Ordenações Afonsinas.