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AIS0285 - FOTOGRAFIA PB - SERIE OSVALDO ARANHA - BAR DO JOÃO - 1980
Metadados
Título
FOTOGRAFIA - SERIE OSVALDO ARANHA - BAR DO JOÃO - 1980
Descrição
FOTOGRAFIA - SERIE OSVALDO ARANHA - BAR DO JOÃO - 1980
FOTOGRAFIA PB DO BAR DO JOÃO DE PORTO ALEGRE NA AV. OSVALDO ARANHA.
AMBIENTE EXRTERNO NA PORTA DE ENTRADA, COM PESSOAS CONVERSANDO. SENTIDO VERTICAL.
EMOLDURADA
50X40cm
FOTO 4 DA SÉRIE DE 4
FOTÓGRAFO: YURI VICTORINO INÁCIO DA SILVA
Material
Dimensões
Tamanho (mm)
500
Peso (gr)
400
Status
NA COLEÇÃO
Classificação | Found in
2.0 - Arquivo de Imagens e Sons > 2.2 - Coleção de Imagens Estáticas
Data | Date
1980
Descrição | Description
BAR DO JOÃO
Um pouco da história do famoso e inesquecível Bar João, que por muitos anos deu vida à Avenida Osvaldo Aranha em Porto Alegre, reunindo várias tribos e servindo de palco para diversos shows marcantes do underground gaúcho. Fundado em 1946 por João Brum, foi somente em 1979 que o saudoso Júlio Leite comprou o bar, que ficou aberto até 2003, fechando assim um ciclo na vida dos porto-alegrenses, hoje órfãos deste importante local de convergência cultural de grande importância para o Heavy Metal.
Afinal, foi de lá que surgiram várias bandas e muitas amizades.
João Brum administrou seu bar por mais de quarenta anos. Porém, tudo começou no mais antigo e tradicional Bar do Serafim, conhecido como Bar do Fedor (que nunca fechava), e é merecedor de outra história. Ali João começou como garçom em 1937 e logo se tornou gerente. Permaneceu na função por 11 anos. Após esse período, montou seu próprio negócio com um sócio – o Bar Imperial – para desgosto de Serafim. O Imperial durou quatro anos. Terminada a sociedade, finalmente montou seu próprio comércio, – o Bar Azul – na Osvaldo Aranha, 1008.
E foi nesse endereço, num amplo sobrado, que nasceu o famoso Bar do João. O comerciante colocou umas mesas de snooker nos fundos e foi morar no andar de cima. Por lá viveu por 27 anos. Numa entrevista, João narra: “o salão do bar era muito familiar, com toalha e flores nas mesas. O movimento começava às 5h da madrugada: eram leiteiros, açougueiros, fiscais da saúde – gente que trabalhava cedo e que ia tomar café lá. Seguia aberto até a meia-noite ou até o último cliente. Tinha dias que ficava 24 horas sem fechar”.
O bar era frequentado pelos mais variados tipos – funcionários do HPS, professores, médicos, advogados, jornalistas, estudantes e também por uma clientela marginal, até mesmo por moradores de rua. Todos, de uma forma, se integravam ao espírito que marcou o Bar João, a universalidade cultural e a pluralidade social de seus frequentadores. “A freguesia era muito boa e o ambiente agradável”, resumiu João ao jornal em 2005. “Os velhos judeus ficavam horas lá, jogando pauzinho. Também se falava muito em futebol. O Carangache, um judeu “gremista doente”, era famoso também porque falava muito alto. A maioria no bar era gremista. Eu fui até sócio”.
E ao entardecer, esse público sofria uma transformação total. E do dia para a noite, com suas mesas de bilhar, atraia boêmios e toda a sorte de malandros, figuras que ficaram conhecidas pela caracterização do “magro do Bomfa”, criado e interpretado pelo humorista gaúcho André Damasceno – hoje conhecido pela imitação do ex-presidente Lula no programa global Zorra Total. Era a noite que o bar reunia uma frequência totalmente eclética, em que se misturavam, mais para a década de 80, jovens, marginais, militantes políticos, entre outros grupos. Passaram por ali e marcaram sua presença constante, políticos de todas as matizes, da esquerda a direita. Nomes como Isaac Ainhorn, que construiu sua história política como o vereador do Bom Fim, além de figuras como de vários prefeitos que comandaram nossa cidade, como Raul Pont, José Fogaça e o atual chefe do Executivo José Fortunati passaram pelas mesas do Bar João.
Também atores, músicos, aliás o Bar João foi cantado em verso e prosa em diversas composições, sendo a mais conhecida a dos irmãos Kleiton e Kledir eram freqüentemente vistos na noite do Bom Fim, exatamente no Bar João. De João Gilberto a Nei Lisboa, de Bebeto Alves aos Fagundes, não teve quem não passou pelo ambiente eclético do Bar João.
E assim, a noite caia e pela manhã o famoso café moído na hora, cujo cheiro ia até a calçada, atraia os velhos judeus aposentados e comerciantes, que para lá iam para tradicional jogo de “pauzinho” e suas intermináveis conversas. Como diziam alguns comerciantes, era a sala de reuniões, onde muitos negócios eram fechados.
Origem | Source
Assunto | Subject
AV. OSWALDO ARANHA - PORTO LALEGRE-RS | BAR DO JOÃO - POA - RS | Fotografia
ID
AIS0285