Anexos
Metadados
Título
MOEDA - CUIABÁ – D. Pedro II/D. Pedro I – 1831 – CARIMBO GERAL 10 RÉIS SOBRE 40
Descrição
CUIABÁ – D. Pedro II/D. Pedro I – COBRE – 1831 – CARIMBO GERAL 10 RÉIS SOBRE 40
ULTIMO ANO CUNHADO - CARIMBO GERAL
BENTES 558.09
MOEDA BASE: AMATO C716 - VIEIRA 701
30mm / 6,8gr
Classificação | Found in
3.0 - Repositório Numismático e de Coleções | 3.0 - Repositório Numismático e de Coleções > 3.5 - Seção Coleção de Moedas | 3.0 - Repositório Numismático e de Coleções > 3.5 - Seção Coleção de Moedas > 3.5.3 - Series Brasil Império, 1822 - 1899 | 3.0 - Repositório Numismático e de Coleções > 3.5 - Seção Coleção de Moedas > 3.5.3 - Series Brasil Império, 1822 - 1899 > 3.5.3.2 - Dossier D. Pedro II, 1831 - 1889
Data | Date
1831
Descrição | Description
10/40 CARIMBO GERAL - CUIABÁ
O CARIMBO GERAL foi determinado pela Lei 54 de 6 de outubro de 1835, regulamentada por Decreto de 4 de novembro do mesmo ano. A apressada interpretação da Lei conduz à equivocada conclusão de que o objetivo seria a "desvalorização" de 50% para as moedas nacionais (Rio de Janeiro e Bahia) e de 75% para as provinciais ou regionais (Cuiabá, Goiás, Minas Gerais e São Paulo).
O "Carimbo Geral", são contramarcas com os números 40 - 20 - 10, em algarismos arábicos dentro de um círculo com linhas horizontais (na Heráldica, representa a cor azul). Os diâmetros são 13,5mm - 12mm - 10mm, respectivamente. Eram aplicados no anverso das moedas de cobre (existem alguns erros, com aplicação no reverso) sobre o valor original, de tal forma que fosse capaz de cancelá-lo.
Seu objetivo principal foi o de homogeneizar o sistema de cobre, facilitando sua aceitação em todo Império.
Não se trata de uma questão de valor extrínseco como se pode constatar na interpretação equivocada de alguns estudiosos do assunto, e sim de valor intrínseco (peso de cobre contido no disco). O carimbo geral veio não só para homogeneizar o padrão das moedas em circulação, mas também para acabar com a “farra dos carimbos regionais”.
Hoje, o nosso dinheiro não se encontra mais vinculado à quantidade de metal. A moeda fiduciária é um dinheiro sem lastro. Naquela época, era diferente: Possuir uma moeda de ouro com o valor estampado 4000 réis, era o mesmo que dizer que o ouro ali contido correspondia a esse valor.
O cobre era moeda muito usada no Brasil, no dia-a-dia da população. Porém, paradoxalmente, o país não possuía minas notáveis desse metal, devendo importá-lo do exterior, o que custava caro aos cofres da Coroa. Para as cunhagens das moedas de cobre, foram fabricados discos de diversos pesos, subdivididos em oitavas, e tamanhos (8 oitavas, 4 oitavas, 2 oitavas, etc).
Os discos de 8 oitavas (28,68 gramas), eram destinados às cunhagens dos 80 réis, na Bahia e no Rio de Janeiro, enquanto os de 4 oitavas (14,34 gramas) serviam à cunhagem das moedas de 40 réis, e assim por diante. Atenção! Isso na Bahia e no Rio de Janeiro.
Acontece que havia necessidade dessa moeda nas Províncias distantes, tais como Goiás e Cuiabá. Com pouco cobre à disposição, resolveram não enviar os discos de 8 oitavas, enviando apenas os de 4 oitavas e suas frações, ordenando que fossem cunhadas moedas de padrão fraco. Assim, cunharam os 80 réis de Goías, São Paulo e Cuiabá em discos de 4 oitavas (14,34 gramas), ou seja, o mesmo disco em que eram cunhadas as moedas de 40 réis no Rio e na Bahia.
Quando o Carimbo Geral foi criado para acabar com toda essa confusão, reduziram a valoração da oitava de cobre (3,5856 gramas) que foi cotada à razão de $5 réis e o processo teve início. A moeda que pesava 28,68 gramas (8 oitavas) deveria valer 40 réis (8 x $5 = $40 réis), com os submúltiplos seguindo a mesma lógica. Dessa forma, o valor nominal das moedas, mesmo tendo extrinsicamente um outro valor inciso, passou a ser outro. O disco da moeda de 75 Réis, que pesa 4 oitavas, com o novo valor de $5 Réis por oitava de peso, passou a valer 20 Réis. Conduzindo ao processo inverso, teríamos o valor extrínseco dessa moeda equiparado aos 80 Réis, contudo cunhados no mesmo disco das moedas de 40 réis da Bahia e do Rio que pesavam 4 oitavas. Devemos raciocinar dessa forma:
“Não carimbavam as MOEDAS de acordo com seu valor facial! Carimbavam os DISCOS de acordo com o seu peso.”
É simples constatar que a “ordem” era a de que o carimbo geral “sumisse” com o valor facial antigo, sendo aplicado bem no centro do anverso, sobre o valor. Podemos observá-las e verificar que o valor anterior desapareceu sob o carimbo...são poucas as contramarcas desse tipo aplicadas de forma excêntrica.
ANVERSO
Valor facial entre florões, circundado por anel de tulipas e pela inscrição PETRUS I. D. G. CONST. IMP. ET PERP. BRAS. DEF., era e letra monetrária C
REVERSO
Brasão do Império, ladeado acima pela inscrição IN HOC SIGNO VINCES
PADRÃO MONETÁRIO
RÉIS (até 08/10/1833)
Originado no período Colonial por influência do monetário português, não se tratava de uma moeda genuínamente brasileira. Foi aproveitado do padrão português, sem fundamentação legal no Brasil.
PERÍODO POLÍTICO
Império, D. Pedro I - 1º. Reinado (1822-1831)
Período em que D. Pedro I governou o Brasil como Imperador, compreendendo o período entre 07.09.1822, data em que D. Pedro I proclamou a independência do Brasil, e 07.04.1831, quando abdicou do trono brasileiro.
LIMITES
Provincial
ORIGEM
Casas de fundição
CARACTERÍSTICAS
Material: cobre
Diâmetro: 30,0 mm
Peso: 7,17 g
Espessura: 1,15 mm
OBSERVAÇÕES
Casa da Moeda de Cuiabá. Letra Monetária C. Com carimbo geral de 10.
EMISSÕES
ano produção CRMB Prober Amato Vieira Bentes observações
1823 n/d 1823-C-040Cx C.708
1824 n/d 1824-C-040Cx C.709
1825 n/d 1825-C-040Cx C.710
1826 n/d 1826-C-040Cx C-1293 C.711
1827 n/d 1827-C-040Cx C-1315 C.712
1828 n/d 1828-C-040Cx C-1331 C.713
1829 n/d 1829-C-040Cx C-1348 C.714
1830 n/d 1830-C-040Cx C-1359 C.715
1831 n/d 1831-C-040Cx C-1370 C.716
Citação das fontes de códigos de referência de moedas:
KM# é código de referência de Krause-Mishler do Standard Catalog of World Coins, 2014
CRMB é código de referência proposto por este site - Código de Referência das Moedas Brasileiras
Prober extraido do Catálogo das Moedas Brasileiras, de Kurt Prober, 3ª. edição, 1981
Amato extraido do Livro das Moedas do Brasil 1643 até o presente, de Amato/Neves/Russo, 12ª. edição, 2009
Vieira extraido do Catálogo Vieira - Moedas Brasileiras, de Numismática Vieira, 14ª. edição, 2012
Bentes extraido do Catálogo Bentes - Moedas Brasileiras, de Rodrigo Maldonado, 1ª. edição, 2013
Fonte | Source
Assunto | Subject
10 RÉIS | 40 RÉIS | Carimbo Geral | Casa da Moeda de Cuiabá | Cobre | D. Pedro I do Brasil | D. Pedro II
ID
MNC0248