Anexos
Metadados
Título
MEDALHA - EXPOSIÇÃO NACIONAL DO 1º CENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRAZIL - D. PEDRO I - 1922
Descrição
MEDALHA - EXPOSIÇÃO NACIONAL DO 1º CENTENÁRIO DA INDEPENDÊNCIA DO BRAZIL - D. PEDRO I - 1922
KP55a AMATO - 2 EDIÇÃO TOMO 1
32mm - 4,0g - ALUMÍNIO
Classificação | Found in
3.0 - Repositório Numismático e de Coleções | 3.0 - Repositório Numismático e de Coleções > 3.4 - Seção Coleção de Medalhas | 3.0 - Repositório Numismático e de Coleções > 3.4 - Seção Coleção de Medalhas > 3.4.1 - Series Medalhas do Brasil | 3.0 - Repositório Numismático e de Coleções > 3.4 - Seção Coleção de Medalhas > 3.4.1 - Series Medalhas do Brasil > 3.4.1.1 - Dossier Comemorativas
Data | Date
1922
Descrição | Description
Exposição Internacional do Centenário da Independência do Brasil
A Exposição Internacional comemorativa do Centenário da Independência do Brasil (1822-1922) foi inaugurada no dia 7 de setembro de 1922 e se prolongou até o dia 24 de julho do ano seguinte. Realizada no mesmo ano de outros eventos relevantes para a história brasileira, como a Semana de Arte Moderna, a fundação do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a Revolta do Forte de Copacabana, a Exposição do Centenário vem despertando crescente interesse da historiografia preocupada com o tema da identidade nacional na década de 1920.
AS VITRINES DO PROGRESSO
A celebração do Centenário da Independência foi reclamada com bastante antecedência. Um exemplo relevante dessa “vigilância comemorativa” foi dado pela Revista do Brasil, fundada em janeiro de 1916. Logo em seu primeiro número, a revista, com razoável antecedência de seis anos, pregava a necessidade de se comemorar festivamente esse “primeiro marco glorioso da existência nacional”.
A realização de uma “Exposição Universal” no Rio de Janeiro, então capital federal, destacou-se como a mais ambiciosa das atividades comemorativas então programadas. Desde a primeira exposição internacional em Londres (1851), cujo símbolo foi o Palácio de Cristal, as chamadas “vitrines do progresso” sempre apresentaram alguns aspectos em comum, entre os quais se destacavam, entre outros, as motivações comerciais, o afluxo de divisas e turistas, o impacto sobre a infraestrutura urbana, e a difusão de valores e de padrões de conduta. O mais importante, e ainda hoje é assim, era a afirmação do prestígio nacional, representado pelos pavilhões de cada país que constituíam a ossatura das exposições.
A participação brasileira nessas “vitrines do progresso” se iniciou de maneira muito discreta na Exposição Internacional de Londres de 1862. Antes disso, em 1861, a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional (SAIN) havia organizado uma Exposição Nacional no prédio da Escola Politécnica, no largo de São Francisco, no Rio de Janeiro. De maior porte foi a Exposição Nacional de 1908, em comemoração do Centenário da Abertura dos Portos brasileiros ao comércio internacional. Tendo como objetivo a preparação da participação brasileira na Exposição Internacional de Bruxelas (1910), o evento de 1908 visava igualmente a apresentar a nova capital saneada e urbanizada a partir das grandes reformas realizadas durante a gestão do prefeito Pereira Passos.
A EXPOSIÇÃO
Em junho de 1920, Ralph de Cobham, representante de um grupo de capitalistas estrangeiros no Brasil, sugeriu ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio a realização de uma “exposição internacional de comércio e indústria” para a comemoração do Centenário da Independência. Coube ao senador Paulo de Frontin, um mês depois, propor ao Congresso Nacional a emissão de cem mil contos para financiar o evento, provocando intenso debate sobre a disponibilidade de tão vultosos recursos em conjuntura de grave crise financeira. Pelo Decreto nº 4.175, de 11 de novembro de 1920, foi enfim determinada a realização da exposição dentro do programa de comemorações do Centenário. A regulamentação oficial das atividades comemorativas só ocorreu quase um ano depois, com o Decreto nº 15.066, de 24 de outubro de 1921, que previa, além da exposição, a realização de numerosas conferências e a publicação de dicionários, mapas e livros comemorativos.
Coube ao Ministério da Agricultura, Indústria e Comércio, então chefiado pelo engenheiro João Pires do Rio, a organização da exposição, que deveria compreender as principais modalidades do trabalho no Brasil, relacionadas à lavoura, à pecuária, à pesca, à indústria extrativa e fabril, ao transporte marítimo, fluvial, terrestre e aéreo, aos serviços de comunicação telegráficos e postais, ao comércio, às ciências e às belas artes. Era prevista ainda a concessão de uma área contígua aos pavilhões nacionais para que governos ou industriais estrangeiros pudessem construir, por conta própria, pavilhões destinados à exibição de seus produtos.
Para cumprir o objetivo de “ser a expressão da vida econômica e social do Brasil em 1922”, a parte nacional da exposição se comporia de 25 seções representativas das principais atividades do país: educação e ensino; instrumentos e processos gerais das letras, das ciências e das artes; material e processos gerais da mecânica; eletricidade; engenharia civil e meios de transporte; agricultura; horticultura e arboricultura; florestas e colheitas; indústria alimentar; indústrias extrativas de origem mineral e metalurgia; decoração e mobiliário dos edifícios públicos e das habitações; fios, tecidos e vestuários; indústria química; indústrias diversas; economia social; higiene e assistência; ensino prático, instituições econômicas e trabalho manual da mulher; comércio; economia geral; estatística; forças de terra e esportes. A seleção dos expositores seria feita por comissões julgadoras encarregadas de dar parecer sobre a escolha conveniente dos produtos expostos, bem como de avaliar a qualidade e a quantidade daqueles que deveriam ser admitidos na exposição. Estavam ainda previstas atividades paralelas, como a exibição de filmes sobre assuntos que se relacionassem com a produção nacional e as riquezas naturais do país, bem como a realização de conferências sobre temas econômicos.
As obras de preparação da área da exposição mobilizaram a população carioca. A demolição do morro do Castelo, berço da cidade, para dar lugar à construção dos pavilhões e palácios nacionais e estrangeiros, provocou aceso debate entre os que consideravam o arrasamento um “imperativo da modernidade”, e aqueles que viam o desaparecimento da “colina sagrada” como um verdadeiro “sacrilégio”. Os gastos excessivos com um empreendimento tão custoso, especialmente em uma época de dificuldades financeiras, bem como a demora na construção dos prédios, muitos só concluídos após a inauguração da exposição, provocaram, de parte a parte, ataques contundentes e defesas inflamadas. De qualquer modo, é importante lembrar que a edificação de um espaço especialmente criado para a exposição tinha o intuito de revelar a capacidade do anfitrião de realizar empreendimentos excepcionais. De modo semelhante, para a Exposição de Saint Louis (EUA), em 1904, lagos foram aterrados e rios desviados.
A Exposição do Centenário foi festivamente inaugurada na “data magna”, 7 de setembro de 1922. A seção nacional localizou-se na Misericórdia, entre o antigo Arsenal de Guerra e o novo mercado, estendendo-se em parte da área conquistada ao mar com o desmonte do morro do Castelo. Nesse local, concentraram-se oito pavilhões: do Comércio, Higiene e Festas; das Pequenas Indústrias; da Viação e Agricultura; da Caça e Pesca; da Administração; de Estatística, aos quais se somavam os palácios das Indústrias e dos Estados.
Na avenida das Nações, que se estendia do antigo Arsenal até o palácio Monroe – onde funcionava o bureau de informações –, alinharam-se os palácios de honra das representações estrangeiras. Treze países aí se fizeram representar: da América, Estados Unidos, Argentina e México; da Europa, Inglaterra, França, Itália, Portugal, Dinamarca, Suécia, Tchecoslováquia, Bélgica e Noruega; da Ásia, o Japão. Apenas quatro desses prédios resistiram ao tempo e à especulação imobiliária: o pavilhão da Administração (Museu da Imagem e do Som); o palácio da França (Academia Brasileira de Letras); o palácio das Indústrias (Museu Histórico Nacional); e o pavilhão de Estatística (órgão do Ministério da Saúde).
Passadas as festas de inauguração, a exposição ficou aberta aos visitantes que, oriundos da capital e dos outros estados, acorreram em massa aos palácios e pavilhões, bem como ao alegre e movimentado parque de diversões. Os registros apontam para o mês de fevereiro de 1923, considerado fraco pelo calor que assolava a cidade, uma frequência de 175 mil visitantes, com piques de até 14 mil pessoas em um só dia.
Primeira exposição a se realizar após a Grande Guerra, o grande desafio da Exposição do Centenário foi o de traduzir a vontade de renovação que então mobilizava o mundo. Se a ênfase nos mostruários dos palácios nacionais ainda recaiu sobre as riquezas naturais do país, o que deveria ser ressaltado, e efetivamente o foi, era a possibilidade de exploração desses recursos naturais. No século XX, quem dava as cartas era a ciência, expressa na confiabilidade dos dados estatísticos, nas maravilhas da química, nas luzes da eletricidade, na magia do rádio. A primeira transmissão de rádio no Brasil ocorreu justamente durante a inauguração da Exposição do Centenário, com o discurso do presidente Epitácio Pessoa.
Marly Motta
FONTES: KESSEL, C. Vitrine; MOTTA, M. Nação; SAMPAIO, C. Arrasamento; SAMPAIO, C. Memória.
Fonte | Source
Assunto | Subject
1ª EXPOSIÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DO BRAZIL | Alumínio | D. Pedro I do Brasil